20 de outubro de 2004

partenia

Em que pensam os católicos cibernautas? De que modo olham os católicos de hoje, deste lugar sem fronteiras, para o seu mundo, para si e para a Igreja? Como veem Deus, em que lugar se colocam na construção do seu reino?
A Terra da Alegria é uma das expressões plurais da grande diversidade da Igreja feita por leigos. Às quartas-feiras. Hoje.

19 de outubro de 2004

A blogolândia perdeu o tino.

16 de outubro de 2004

Ainda de férias, e seguindo o conselho da Sofia, deixei Bruxelas e rumei a Amsterdão. Três horas de comboio através de planícies verdes e cheguei ao país das águas. Disseram-me que na Holanda há outras cidades para além de Amsterdão, que têm diques, moinhos, e mais não sei o quê. Talvez. Mas quem, como eu, chega a Amsterdão, sai da estação de comboios e se depara com os canais sobre o Amstel, com as pontes, com os edifícios lindíssimos (todos os edifícios - dos antigos aos novos, dos institucionais aos mais modestos, para comércio, serviços ou habitação, a arquitectura existe!), com o trânsito de bicicletas, com o Red Light District mesmo à frente, sabe que é ali que tem de estar.

Eu sei que tinha dito que as belgas eram giras. Tinha. Mas Amsterdão parece uma cidade género BayWatch: não devem deixar entrar gente feia. Nem autóctones nem turistas. Eu tive sorte porque os meus olhos castanhos, os meus cabelos brancos e o meu ar de ursinho de peluche (estudado ao espelho) dão-me imenso charme. As miúdas são lindas - mesmo as profissionais, que batem no vidro e abrem a porta quando um homem, no seu sossego inocente, vai a passar.

Os tipos, no entanto, são um bocado puritanos (protestantes, vê-se logo...). Há imensas lojas de café, onde não se pode beber álcool. Nem uma cervejita. Só café ou suminhos. Vá lá que não é proibido fumar um cigarrinho, como agora nos pubs ingleses.
E a comida? Não faço ideia. Não é que não me lembre, mas é que há muito shoarma e falafel à venda. Há também sementes, cogumelos e herbal xtc em qualquer esquina. Por falar em sementes, os tipos gostam muito de plantas e de agricultura biológica. Têm um fascínio qualquer por ervas e fungos. Todos cultivam com carinho estes e outros espécimes.

Sim, também há sex-shops, museus, igrejas, sinagogas (a portuguesa bem no centro, a maior do mundo, dizem). Nos museus há mesmo quadros de pintores a sério: Rembrandt, Rubens, Vermeer, Jan Steen. E Van Gogh.
[Porque é que Portugal quase não tem obras de arte do ou sobre o período de ouro da Nação? Não há pintura, escultura, arquitectura (sim há o estilo manuelino...), só há uma meia dúzia de poetas ou dramaturgos... Nem sequer importámos artistas quando tínhamos o dinheiro das Índias e do Brasil. Ainda por cima não temos muitas gajas giras, nem lojas de cafés, nem cidades bonitas e com vida, onde apetece morar (em Lisboa quase nem se pode disfrutar do rio). Oh!, glória de mandar, ó vã cobiça.]

Amsterdão é a cidade mais bonita do mundo.

12 de outubro de 2004

Já reparou que temos forças militares no Iraque?

Até que enfim! Foi só uma raspadela na orelha, mas pronto! É o que se pode arranjar. Pelo menos, agora já repararam em nós. É a glória! Viste, George?

8 de outubro de 2004

o gosto dos belgas

Passo o primeiro dia no país de Hugo Claus quando em Portugal se comemoram os 94 anos da Implantação da Epública, essa evolução que trocou a monarquia por um mal menor. Aqui não só não é feriado, como os gajos ainda têm rei. Um rei! Mas que cena mais atrasada! E são estes gajos o centro da Europa. Um rei! Ah! ah! ah!

De resto, a Bélgica é um país doente. Basta ler qualquer livro do Hugo Claus para o perceber. Os excelentes A Caça aos Patos, Rumores e O Desgosto da Bélgica estão editados pela Asa e a bom preço. Recomendo.
Este povo é estranho. Já nem falo da pedofilia em barda, porque isso atinge uma tal dimensão que aí, no nosso querido país, não dá para percebermos. Felizmente. Falo de outras coisas. Por exemplo: não atravessam a rua enquanto o sinal dos peões não muda para o verde, mesmo que não venha nenhum carro (ficam especados no passeio, a olhar para ontem), mas, por outro lado, desconhecem a existência de bichas para os transportes. Mal chega o autocarro, precipitam-se todos alarvemente, aos empurrões, para entrarem (como nós só fazemos no Metro). Li uma vez que, em Moçambique, nas antigas longas filas para comprar víveres, bastava alguém sair da fila e deixar uma pedra no seu lugar que isso era respeitado e ninguém lhe passava à frente. Havia de isso se passar entre os belgas...

A falta de vogais de que sofrem os croatas é compensada pelo seu excesso na língua flamenga: Aanveers, Voorde, Caarloos Cuunhaa, etc. Devem ter dificuldades de leitura, porque estão sempre a repetir as vogais. Isso não impede que tenham excelentes escritores. Assim de repente lembro-me de... um. Hugo Claus. Deve haver mais, claro. Num país com dez milhões de pessoas, há-de haver mais escritores dignos desse nome. Por exemplo, em Portugal, com o inconveniente da luz, do bom clima e da boa comida, temos aí uns 4 ou 5. Ou mais. (Ora deixa lá ver: Agustina, António Lobo Antunes, Saramago, Mário de Carvalho, Lobo Antunes, Agustina Bessa-Luís, Mário de Carvalho - sem esquecer o Saramago, claro -, António Lobo Antunes, etc.). Bom, aqui há a desvantagem das miúdas serem giras, o que não ajuda nada à criação literária.

E a televisão! Já não me lembrava que eles dobram os filmes. Já não bastava dobrarem os livros (e que pena é, as livrarias são excelentes, muito agradáveis, com cafezinho e salas de estar, os livros têm edições muito atraentes, são baratos e bonitos), todos em estrangeiro, apenas em francês ou - pior - em flamengo, ainda estragam os filmes. Ontem passou o Quaresma e o filme estava dobrado em flamengo. Todo, todo. Não percebi quase nada da história - pouco mais do que quando o vi no Fonte Nova.

Já comi as famosas moules, o prato tradicional belga. São mexilhões! Simples mexilhões cozidos quase sem tempero, e acompanhados de... batatas fritas! Isto diz muito sobre um povo. O prato nacional belga (de francófonos e flamengos) é uma entrada em Portugal, uma coisa que se vende enlatada para os solteiros preguiçosos ou, na melhor das hipóteses, um petisco nas tardes de calor. E nós temos o bom senso de temperar os bichos, ao contrário do que faz esta gente. Claro que evitei as cervejas "especiais", com sabores (a vários tipos de xarope para a tosse), às corzinhas, adocicadas, patati-patatá. Graças a Deus (são católicos, vá lá...) há cervejas normais.

4 de outubro de 2004

férias

Vou ali e já venho.

1 de outubro de 2004

A Concordata foi ratificada pelo Parlamento. Mais uma vez o Estado demonstra que continua a precisar da Igreja Católica. Ainda não se tornou independente e nunca mais se resolve a prosseguir com a sua própria iniciativa as actividades sociais, culturais e de protecção aos mais desfavorecidos que a Igreja leva a cabo. Não é, Daniel?

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