28 de maio de 2009

haven't had a dream in a long time

O camarada Vital vociferando (e votando) contra a entrada da CEE em Portugal, antes de descobrir que a comunidade europeia unida é, como sabemos hoje, o sonho político de qualquer assalariado vítima da exploração capitalista, pela defesa incessante dos direitos sociais, económicos e culturais dos povos e seus cidadãos.

27 de maio de 2009

good times for a change

22 de maio de 2009

this charming man

Saint Morrissey celebra hoje 50 anos.
Celebremos, prostrados, em adoração.

21 de maio de 2009

créditos finais

João Bénard da Costa - o homem para quem 80% dos filmes tinham sempre uma ou duas cenas que eram "a mais bela da história do cinema" - nunca mais virá lanchar na minha rua. E nem é que eu me importasse.

15 de maio de 2009

15 de Maio

Dia Internacional do Objector de Consciência

12 de maio de 2009

everybody lies

A Fox retomou ontem a emissão da 5ª temporada da série House M.D. – a série que me impediu de continuar a desprezar séries, mesmo antes de conhecer e viciar-me no Lost. House M.D. tem o melhor personagem de toda a ficção contemporânea, uma espécie de Diógenes dos tempos modernos. É o dr. House (e a interpretação de Hugh Laurie), com a sua ternurenta visão do mundo, o seu amor pela humanidade e com os seus diálogos energéticos e cáusticos, que sustenta uma série onde metade do argumento é imperceptível ao cidadão comum (e mesmo a mim, que sou dotado de uma inteligência superior).

Escrevo (direito) nestas linhas virtuais (melhor que Deus, portanto, que se socorre de linhas reais, ainda que tortas) em dia de justa greve de enfermeiros e em período de visitas a um hospital público de Lisboa. Fico a saber que as maiores diferenças dos hospitais públicos portugueses em relação ao Princeton-Plainsboro Hospital não se prendem com a qualidade técnica, simpatia ou disponibilidade do pessoal médico e enfermeiros, mas sim com os meios ao dispor desta gente. Assim, para que tenham uma ideia, informo V. Exas. que no Hospital Egas Moniz as endoscopias e as colonoscopias (80 centímetros de tubo pelos intestinos dentro) são feitas sem anestesia, pois a Comissão Liquidatária do Serviço Nacional de Saúde (vulgo Ministério da Saúde) entende que isso é dinheiro mal gasto. Penso que tal se deverá ao facto de o nosso primeiro-ministro não recorrer a lubrificantes ou anestésicos quando é penetrado analmente (clinicamente falando, claro: os tais 80 centímetros de tubo).

Saúdo, portanto, o regresso da transmissão da série e dedico este meu primeiro poste no CONTRACULTURA, nomeadamente o título e a imagem, ao nosso primeiro-ministro.

11 de maio de 2009

CC no CC

A partir de hoje também não escrevo muito nem bem aqui, um blogue colectivo especialista em tudo (e também em música).

8 de maio de 2009

as gripes da televisão

Em Setembro de 2006, os jornais noticiavam que a gripe das aves «poderia matar 142,2 milhões de pessoas» (http://dossiers.publico.pt/shownews.asp?id=1248168&idCanal=1496, em link não disponível). Só em Portugal batiam a bota 13 mil compatriotas. Todos os estudos eram apresentados como “independentes”, mas sem grandes referências concretas ao seu método e conclusões obtidas. A comunicação social mundial, como sempre, exerceu muito bem o seu papel de tradução, revisão de textos, tipografia e distribuição.
Um estudo do Observatório Nacional de Saúde «procurou avaliar o efeito de uma epidemia em que o vírus afecte 40 pessoas em cada cem com as quais contacta». Um cientista do Observatório «estimou que numa primeira fase, mais branda, cerca de um milhão de portugueses pode vir a ser infectado pelo vírus, um valor que aumentaria para três milhões numa segunda onda pandémica». E até calculava o número de consultas que o Serviço Nacional de Saúde (actualmente alvo de uma fatwa do Governo) prestaria: «será solicitado em 1,9 milhões de consultas na primeira ronda e que na segunda fase a procura vai subir para mais de três milhões».
Por altura daquela pandemia ornitológica, de "gripe das aves" não morreram mais de cem pessoas em todo o mundo (como todos os anos, aliás).

Agora é um terço da humanidade que pode ser contaminada. Em Portugal, escreve-se impunemente, a "gripe suína" poderá provocar dois a três milhões de infectados e 75 mil mortos.

A Roche domina os segredos do marketing.

4 de maio de 2009

largue a intenet. nem leia este blogue

3 de maio de 2009

taumaturgo next door

Ontem, num qualquer telejornal da noite, foi anunciada uma nova espécie ontológica: a criação da tradição. Não se trata apenas de recuarmos no tempo, com a ajuda de um Hubble histórico ou social, e observarmos os primórdios de um uso que mais tarde se viria a consolidar e perpetuar nas futuras gerações. É mesmo, com a cansativa determinação da ignorância iluminista, dar início consciente a uma prática.
Para os nossos contemporâneos, não importa o significado de coisas, quer das palavras (que, no caso, significa transmissão, entrega), quer dos conceitos (e traditio intima a passagem colectiva, de geração em geração, de lendas, valores, costumes ou modos de fazer algo, que se perde no tempo). Para jornaleiros, autarcas e comunicadores sociais, pode programar-se uma tradição.
É o que fez a Câmara Municipal de Cascais: organizou um concurso para a criação de "um novo doce tradicional". Ganhou o concurso o bolo D. Carlos que hoje, ou na próxima terça-feira, pelas 16h45, num qualquer gabinete do nosso querido poder local, será objecto de despacho superior, que determinará administrativamente a sua tradicionalidade.

2 de maio de 2009

cenas de blogues

Gostei muito dos apupos físicos ao Vital Moreira - o "europeu" que votou contra a integração de Portugal na CEE.

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