17 de novembro de 2004

«Embora se considere que, nesta fase, se trata de um assunto essencialmente da esfera da vida interna do PCP, julga-se entretanto adequado tornar público que está em curso, no âmbito do processo de construção de uma solução baseada no trabalho colectivo, uma informação e auscultação aos membros do Comité Central sobre a inclinação consensualizada a que se chegou nos organismos executivos no sentido de uma proposta de eleição de Jerónimo de Sousa como Secretário-geral do PCP, a apresentar ao novo Comité Central (a eleger no 17º Congresso) para sua decisão soberana».
É claro que a escolha do líder de um partido apenas diz respeito aos militantes desse partido. Mas, à semelhança do que se passa nos maiores partidos portugueses (os tais da alternância), e particularmente nestes tempos difíceis, também o PCP vê convergir para si as atenções de quem, embora não sendo militante ou eleitor do PCP, se sente herdeiro do património da Esquerda.

Repito: Tenho admiração (católica) pelos comunistas, pela sua honestidade, pela dignidade de homens que lutaram toda uma vida por um ideal que os transcende. Respeito e admiro a abnegação do passado de luta comunista por um mundo novo, o sofrimento que os comunistas aceitaram tomar como seu, a vida em clandestinidade no tempo opressor da ditadura, o espírito de missão com que enfrentaram o medo e a adversidade, o sacrifício das suas vidas pessoais e familiares. Prezo a coragem com que enfrentaram os perigos, as perseguições que foram vítimas, as prisões, as torturas, as mortes.
É devido à minha formação católica e identificação com a Doutrina Social da Igreja que me revejo nos ideais da Esquerda. Por isso, admiro a luta que o PCP tem levado a cabo por encarnar esses valores. Acredito que o papel da política, de todos nós, cidadãos (e cristãos) empenhados, é o de tentar transformar o mundo. Não apenas de administrar as desigualdades e de resignar-se com a desordem das coisas. E essa é uma batalha que o PCP tem travado sem igual.

Ora, como cada português tem o seu político ou a sua ala ou tendência preferida em cada um dos partidos do centrão, também os homens de Esquerda olham para o PCP com sentimentos confusos, entre a esperança e a desilusão. Pode, portanto, perguntar-se (como fizeram os jornais aquando das eleições no PS): qual é o seu secretário-geral do PCP preferido?
O meu? Manuel Carvalho da Silva.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

porquê?

17 de novembro de 2004 às 15:53  
Blogger Nino said...

Sem dúvida também o meu preferido para secretário-geral do PCP. Uma pessoa que esteve sempre ao lado dos mais desfavorecidos e dos injustiçados, a quem Portugal deve parte do Progresso vivenciado após o 25 de Abril - outros, menos escrupulosos, investiram sobretudo na Evolução.

17 de novembro de 2004 às 20:35  

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