8 de junho de 2004

depressed morning blog

Como já devem ter percebido os leitores mais atentos (desde os tempos d'A Quinta Coluna), a minha sanidade mental deixa algo a desejar. Consciente do facto, resolvo explorar as profundezas da minha psique com ajuda profissional. Telefono para um psicólogo com o objectivo de marcar sessões de terapia que me ajudem a melhorar o conteúdo dos posts que escrevo. Atende uma voz feminina que diz qualquer coisa como «cabeleireiro, bom dia!».
Fico perplexo e desligo. Se isto é um sinal divino (como se sabe, Deus entretém-se a espalhar sinais aleatórios para melhorarmos o rumo da nossa vida, como artefactos num role playing game), significa que a divindade não é como eu sempre a concebi, mas que têm razão os imbecis adeptos da patetice new-age: para mudarmos o nosso interior, superarmos as nossas angústias e respondermos às inquietações espirituais, basta afinal mudar o penteado ou fazer qualquer outra futilidade egoísta do género.
Eu, que sempre embirrei com as tontices fascistas da astrologia kármica, e todo o palavreado esotérico-místico-holístico-gasoso, a consciência transpessoal, o auto-conhecimento regressivo, os universos alternativos, o tarot, os anjos (os anjos!, meu Deus), os chakras, o reiki, o feng shui, as corzinhas, os cheirinhos, e restante mercadoria - e embirro tanto que até os pobres dos budistas levam, injustamente, por tabela -, vejo-me obrigado a repensar o meu lugar no mundo.
Qual será o meu signo, MF? Toupeira?

1 Comments:

Blogger Josefina said...

Se pretenderes marcar uma consulta, terei gosto em traçar a tua carta (des)astrológica. Sem qualquer lógica ficarás ciente das inúmeras possibilidades do que não te vai acontecer e das compatibilidades que eventualmente acontecem!

8 de junho de 2004 às 14:45  

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