A Fox retomou ontem a emissão da 5ª temporada da série House M.D. – a série que me impediu de continuar a desprezar séries, mesmo antes de conhecer e viciar-me no Lost. House M.D. tem o melhor personagem de toda a ficção contemporânea, uma espécie de Diógenes dos tempos modernos. É o dr. House (e a interpretação de Hugh Laurie), com a sua ternurenta visão do mundo, o seu amor pela humanidade e com os seus diálogos energéticos e cáusticos, que sustenta uma série onde metade do argumento é imperceptível ao cidadão comum (e mesmo a mim, que sou dotado de uma inteligência superior).
Escrevo (direito) nestas linhas virtuais (melhor que Deus, portanto, que se socorre de linhas reais, ainda que tortas) em dia de justa greve de enfermeiros e em período de visitas a um hospital público de Lisboa. Fico a saber que as maiores diferenças dos hospitais públicos portugueses em relação ao Princeton-Plainsboro Hospital não se prendem com a qualidade técnica, simpatia ou disponibilidade do pessoal médico e enfermeiros, mas sim com os meios ao dispor desta gente. Assim, para que tenham uma ideia, informo V. Exas. que no Hospital Egas Moniz as endoscopias e as colonoscopias (80 centímetros de tubo pelos intestinos dentro) são feitas sem anestesia, pois a Comissão Liquidatária do Serviço Nacional de Saúde (vulgo Ministério da Saúde) entende que isso é dinheiro mal gasto. Penso que tal se deverá ao facto de o nosso primeiro-ministro não recorrer a lubrificantes ou anestésicos quando é penetrado analmente (clinicamente falando, claro: os tais 80 centímetros de tubo).
Saúdo, portanto, o regresso da transmissão da série e dedico este meu primeiro poste no
CONTRACULTURA, nomeadamente o título e a imagem, ao nosso primeiro-ministro.
4 Comments:
O nosso primeiro ministro é,infelizmente, real, mas, infelizmente, deve fazer a colonoscopia virtual.
ah é aqui ;) e isto do Houellebecq tem motivos fundos, ou é uma ocasional rima?... abraço PS: os primeiros já não ministram há várias décadas LOL
Olá, Vítor. É aqui, sim. E é referência ao livro do Michel Houellebecq. Já dizia a outra, não há coincidências.
Abraço.
ou as coincidências dizem sempre outro ;)
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